Nessa segunda parte sobre cabeçotes da linha GM, vamos falar sobre os novos cabeçotes conhecidos como roletados, suas especificações, e como evitar os problemas conhecidos.
Recomendo que leia se ainda não leu o primeiro post sobre CABEÇOTE LINHA CHEVROLET E SEUS COMPONENTES
Cabeçote Roletados
Nos cabeçotes dos motores das novas gerações aplicados nos motores 1.0, 1.4, 1.6 e 1.8 e até 2.0, o acionamento das válvulas são através de balancins com roletes. (Os conhecidos cabeçotes roletados), aplicados nos motores do corsa, celta, cobalt, S10, Vectra, prisma e outros.
Princípios de funcionamento
Os princípios de funcionamento é idêntico aos cabeçotes mais antigos, porém muitas coisas foram mudadas em seus mecanismos como:
- Os tuchos são menores (na verdade são elementos hidráulicos);
- Os balancins são de roletes,
- O eixo comando tem seus ressaltos arredondados;
- As molas são do tipo cone;
- As válvulas têm suas hastes mais finas (6,00 mm), tanto como os guias de válvulas e consequentemente foram reduzidos os pratos superiores das molas como também as travas de válvulas.
- A gaiola de do comando também foi modificada.
Problemas apresentados nestes cabeçotes
No diagnóstico de qualquer barulho, irregularidades nestes cabeçotes ou no motor, ficar muito atento, principalmente se a reclamação for barulhos de tuchos!
Estes tipos de motores vêm apresentando barulhos que aparenta ser no motor na parte inferior, mas na verdade o barulho esta na maioria dos casos na parte superior do motor com quilometragens muito baixa e em todos os diagnósticos foram condenados o cabeçote, principalmente motores 1.0 e 1.4.
Os problemas não estão no cabeçote propriamente dito e sim nos guias das válvulas
Acontece que estes guias criam folgas excessivas em pouco tempo de uso (10.000 a 14.000 quilômetros), e como as válvulas estão sobre pressão dos balancins roletados, tende estas válvulas se deslocarem lateralmente por causa da grande folga da mola em seu alojamento, com isso as molas que tem seus formatos cônicos, ou seja, (a parte de baixo da mola onde são assentadas no cabeçote tem diâmetros maiores e a parte de cima onde vão os pratos das travas tem diâmetros menores), no movimento das válvulas sobre os guias folgados as mesmas tende a trabalhar desorientadas, fora do alinhamento correto, as molas acabam por acompanhar também estes movimentos de forma lateral, gerando os inconvenientes barulhos, principalmente na primeira partida do motor ou desaceleração.
Quebra da válvula do cabeçote
A quebra da válvula é um problema que vem acontecendo por consequência dessa imensa folga dos guias de válvulas. O balancim roletado em movimento desordenados podem sair fora de seu alojamento, travando e impedindo o movimento da válvula onde a mesma poderá estar de forma aberta, vindo o pistão a pegar nesta válvula danificando o pistão e também o cilindro do motor. Também pode causar o rompimento da correia dentada.
Construção das molas
As referidas molas têm este formato justamente para acompanhar a engenharia do sistema, pois as dos modelos antigos não puderam ser usadas devidos o formato do balancim de válvulas. Com isso foram eliminados os pratos inferiores, onde serviam como guias para estas molas que justamente evitavam estes deslizes laterais, mesmo havendo folgas excessivas nos guias das válvulas. Sendo assim, não existem outras soluções a não ser a substituições dos guias e das válvulas para soluções dos problemas.
Desgastes do eixo comando
Outros componentes que podem ser avaliados quando o eixo comando de válvulas se desgasta prematuramente, são:
- Bronzinas do virabrequim (mancais e bielas);
- Anéis dos pistões;
- Cilindros do motor;
- Mancais do virabrequim;
- Bielas;
- Bomba de óleo;
- Válvula de alivio da bomba de óleo;
- Muita borra no motor.
A razão é muito simples: o material liberado durante o desgaste (“limalha”) pode obstruir o pescador da bomba de óleo ou apenas circular em suspensão no lubrificante, atuando como material abrasivo.
Nem sempre é necessário retificar o cabeçote quando o eixo está danificado ou com borra de óleo. É necessário fazer a limpeza com produtos adequados e com o cabeçote fora do motor do veículo. Porém no caso de quebra do eixo comando de válvulas é preciso inspecionar criteriosamente o cabeçote, sistema de lubrificação, sobretudo os mancais de apoio do eixo de comando de válvulas (gaiola), quanto a empenamentos e ovalizações.
Importante: Nunca use produtos químicos misturados ao óleo do motor para limpeza interna da borra, estes procedimentos além de não limpar nada, vai destruir todas as peças moveis do motor. Para remover a borra o correto é desmontar todo o motor e na retifica passar por uma lavagem química especial, de preferência por imersão, para que todos os canais internos sejam devidamente desobstruídos.
Também não é recomendado a utilização de eixo comando de válvulas novos e balancins usados, porque vão causar o desgaste prematuramente nos cames. O correto é substituir todo o conjunto (comando, balancins, tuchos). Também não use cola em excesso nas junções da gaiola ao cabeçote, use de preferência cola do tipo travante de parafusos.
Faça o correto da primeira vez para evitar retrabalho e abrir o motor duas vezes.
No próximo e ultimo artigo dessa série vamos mostrar porque o comando de válvulas quebra: Quebra do comando de válvulas cabeçotes linha Chevrolet